quinta-feira, 29 de novembro de 2007

desimportância

texto escrito em 31/08/06
by FL

Não importa
Desimporta
Dês faz-se o sonho
Em palavras que nos levam a descer
Descer
Nos acreditando assim,
Mais um entre todos os uns
Que transitam e indagam e silenciam e desacreditam e sucumbem a solidão diária da raça humana, que mendiga afeto nas esquinas dos encontros e desesperam-se em seu narcisismo desmontado.
A corrida é finita e pouco importa ao cosmo o seu eu; a dor não é solitária, é o que nos une na desesperança em busca de alguma instância milagrosa de um acontecimento que valide toda a caminhada.
Egocentrismo é sentir-se solitário sozinho,
Na grande metrópole cinza,
Surda,
E barulhenta,
Caminhando somos todos iguais,
E a aurora gritará em nosso corpo a cada amanhecer e caminhando somos todos uns.
Não importa nada,
Nem Peter Brook, nem Pina Baush, nem aquela namorada, nem a outra, nem a que esta por vir. Nada aplacará a solidão da desimportância.
Narcisos burgueses estão caindo.
Uma nova mascara esta surgindo.
É preciso gritar alto, mais alto e mais e mais para ninguém lhe ouvir,
E responder-lhe com congratulações te iludindo de que você é alguém.
Já não sou alguém há muito tempo.
Fui desmontada,
Fragmentada,
Desimportada.
Sou só a força de um grito que precisa da força dos vossos gritos.
Estaremos mais unidos e sozinhos do que jamais pudemos imaginar.
E logo logo tudo se acaba,
Evapora
Finitude
Memória
História
Cinzas

Ao cosmos,
Que não da a mínima e se deita lá em cima acompanhado das estrelas,
que dormem e choram,
Baixinho, baixinho, baixinho...

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