quarta-feira, 7 de julho de 2010

lagrimas latinas

fomos massacrados.
caindo no campo, um a um.
de azul, em listras, em céu anil, em esperança,
não restou nenhum dos nossos sonhos,
atravessamos um oceano de latinas lágrimas,
de volta para casa,
sensação de esperança roubada,
sensação de impotência,
impotência de uma beleza rara,
das pernas que dançam,
da raça dos que tem menos
da vontade dos que querem mais!
um, dois, três, quatro,
frieza e objetividade,
destruindo os chicos de diego,
caídos no palco verde de um sábado a tarde,
noite de terça,
mais um dia em que não se fez américa,
mais uma luta perdida,
de vitória alaranjada,
esbranquiçada, feia e sem graça,
ausência de milagres,
a gente só queria fingir
que quem vem do lado de la (de ca)
é mesmo mais feliz,
não é...
não é?
vamos vamos vamos!!!
hermanos! de azul! em coro!
vamos embora pra casa...
que a dança, a beleza, a esperança,
os ares de vitória, de uma grande mudança,
dessa gente latina, desse imenso sul azul...
hoje acabou-se... em gritos laranjas,
sem molejo, sem graça, sem samba
choremos então unidos,
nesse tango infinito,
brindamos em gritos, soluços
a nossa derrota latina!

sábado, 3 de julho de 2010

24 avril 2010



em azul

mergulho em azul
inteiro corpo
afundado em ondas
silenciosas,
faz calor
daqui donde estou
a contemplar este azul...

me acontece

quando o silencio grita
e nada acontece no mundo
é a chuva que vem poderosa
em sua ira, me dizer que,
acontece em mim,
dentro de mim
essa suspensao de sentidos
diante da grandeza
de uma imagem...

para os meus canarinhos

ainda bem que tem sempre um disco dos beatles na estante
assim, comme ça, ajuda a sorrir, quando a gente tem vontade de chorar,
porque é sempre triste quando a gente não pode mais jogar
em paris 40 graus,
laranjas feios com a bandeira francesa ao contrario
espantavam os canarinhos
que diziam: "eu não sou daqui, eu não tenho nada,
quero ver IRENE dar sua risada,"
Irene hoje chorou no canto da sala ao som do yellow submarine de outros sonhadores...
(outro tempo, outras utopias)
nesta tarde quente e enfumaçada entre outros canarinhos de olhos aguados
cantavam daqui de longe um hino de saudades à pátria amada..
eu não sou daqui... eu não tenho nada,
(pero restam los hermanos,
que sejam eles então)
aqui faltam amigos,
verdes amareles...
e vai continuar esquentando
neste verão europeu
de pouca chuva
um dia de derrota,
passeio de volta
bicicleta e vento,
salve salve!
meu país amado,
que enche esse peito de saudades!
vamos ver IRENE dar sua risada!!!