domingo, 28 de setembro de 2008

regresso - london sept/08

eu quero acreditar
no teu regresso
que ele não tarde
que ele me pegue
ainda sentada
desperta
despertada assim
os braços e a boca
tua
palavras
incompreensiveis
sorriso velado
eterno
não saber
sexo desenfreado
acreditar assim
no teu regresso
jornada
encontro
morada

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

pelo avesso


vou comer o seu nome
e engolir a sua imagem
vou deixar o que resta de ti
escondido no fundo de mim
para fingir que assim
te esqueço
para mentir à mim
que nem te conheço
te querendo assim
te adordando assim
(como chico)
pelo avesso

un apprentissage...


"lori se fatiguait beaucoup parce qu'elle n'arrêtait pas d'être"

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Bretagna II

escrevo-te a cada dia novas palavras
a esperar-te
pois como penelope e ariadne
eu te espero
silêncio cheio de ruídos e ventanias
vento que corta a alma minha
tenho medo do seu não regresso
mas teço em silêncio aturdido
o chão do seu recaminho
com calma enfurecida
alimento de cada instante.
escolhe-te então,
para te servir,
e se não paro nunca de tecer este fio
é por que nele há o caminho do seu regresso
porque eu vi nos olhos
porque eu senti na pele
porque a verdade é sempre de verdade
porque as fêmeas sempre esperam
e os heróis sempre regressam

movimento outonal

é preciso não desistir nunca
a vida tem sempre algo a oferecer-te
mesmo em dias de chuva
é preciso seguir em frente
mesmo se esse seguir
seja também pausar,
não se esquecendo
de que em toda pausa
há um grande movimento
interno acontecendo

- já contava à mim joana querida
que tanto me falta nas trocas femininas
de vontade de contar-lhe toda a insatisfação
que toma-me o peito-

e mesmo assim
é preciso continuar
mesmo que lento
sempre atento
cada passo
a cada passo
e sempre eles
a nos guiar
a novos presentes,
presenças de ser e de estar.

é preciso esquecer
as velhas palavras,
há tantas outras
para aprender...
e sempre olhar aberto
as flores estão sempre a nos dizer
segredos sem respostas
na quietude do saber esperar...
e confiar...

o caminho, você já sabe...

siga! as pedras amarelas!

um girassol em paris

Então eu adorei assim o jeito que ele chegava, todo atrapalhado com suas malas remendadas, o seu chapéu já tanto gasto e o mais amarelo girassol em suas mãos de carinho.
Era pra mim!
Era a mim que ele procurava.
Imagem que ficara embaralhada, atrapalhada... na sua memória já um tanto apagada de inúmeras e alucinadas viagens que fizera sua alma.
E embora aquela tarde fosse assim pra mim um tanto triste, quando vi a sua figura de gajo peregrino vindo em minha direção não pude recusar-lhe o meu mais belo sorriso e minhas mais sinceras lágrimas, e dei assim a este gajo desvariado o pouco que me restava, mas lhe dei de verdade...
Por que era de verdade aquele encontro esperado e foi-se fazendo real a cada passo, e virando gente e virando palavra e virando cansaço, edredon empoeirado e carinho enamorado...
e de repente... despertador... despertando toda a minha dor... já era hora... Adeus querido, vai com Deus e que os anjinhos te acompanhem meu bem...
E agora cá estou, só, mais uma vez...
Escuto as músicas que deixaste pra mim que me acordam todo dia e me dizem sorrindo que a vida vale sim a pena de sempre se dizer mais um sim!

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

absences

Les courtes absences animent
les passions au lieu que les
longues les font mourir

bretagna I

Então foste assim
Pensar em ti
Em mim, talvez
Ainda não sei
Não sei de ti ainda
O muito
E tanto sei
Pois leio em silêncio
O indizível

Da minha cama parisina
Imagino-te sobre o rochedo
E a chuva rala
E o bater das ondas
E as nuvens nubladas

O vento que anuncia
Nova estação
Já muito esperada

Então volta então

Não tema sua nova morada
Entre as pernas minhas
Minhas manhas
E meus caminhos

se te espero...

e por último
eu te espero
meu senhor
monsieur...

se te espero
é por que te quero
e já gritei pelo seu
regresso em toda parte

e grito aqui
mais uma vez
volta logo
volta e vem

vem sem medo
vem correndo
tenho pernas
a querer-te

tenho boca para
te dar
tenho tanto a lhe falar

sobre frio
de quem fica
sobre a vida
que me passa

os olhos da menina
que olha
o menino
que é dela...

se espero
é por que ainda
te quero

se te quero
é por que
ainda me quer...

então vem!

domingo, 21 de setembro de 2008

l'autonme

chegou
nova estação
novas cores
novos caminhos
chegou
a segunda parte
daquele
mesmo
novo velho filme
chegou
uma nova espera
chegou uma
nova mensagem
na fila de espera
chegou
mais uma menina
que tanto te espera
mais uma estação
mais um mês de setembro
outubro
novembro
chegou
a minha mãe
chegou
a primavera
do outro lado
da esfera!

ele me disse

ele me disse que volta amanhã,
por que amanhã,
é dia de lua,
lundi,
lunedi,
segunda feira!
e ele me disse,
que quem retorna,
sempre retorna,
ás segundas feiras,
em dias de luas,
lua cheia.
e ele me disse,
que quem parte
parte cedo,
logo logo
no domingo,
mas quem fica,
fica mesmo,
e você sabe que fica,
é quando é terça feira,
dia de marte
mardi,
martes,
a tarde,
se ele ainda não foi,
é por que fica...
quem sabe até
pra sempre...

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

madrugada parisina

na madrugada parisina
quem sou eu
que habita em mim?
se cada vez menos sei
dos meus caminhos
se caminho...
que caminho

de tanto
não saber-me
vou conhecendo
um pouco e tanto
e talvez assim
partes de mim ...

se te espero,
é porque ainda espero
esperançada...
de mim mesma...
encontrar-me.

se me jogo,
desconhecido adentro,
desconhecendo-me
podendo somente assim
ser,
aquilo que se pode ser,
sem poder enfim
compreender
que o que se é
dura apenas
o tempo
de um novo amanhecer...

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Paris

se deu assim,
quando vi
outras partes
que não eram minhas,
doeu aqui,
eu não estava aí,
havia partido,
não existia mais eu,
em ti...

eu aqui
paris
a me levar
levar
minhas pernas
a passear
ás vezes
me cansa
continuar
...

a esperar
amores
a estar
por vezes

em mim
que nem sou
tantas assim
para se valer
inteira
deste abismo
gigante de lágrimas
que habita aqui

domingo, 7 de setembro de 2008

girassol

ah...
mesmo com a chuva que já chega assim assim
para me dizer que o azul nem sempre brilha
mesmo com a tristeza que se senta aqui
ao meu lado e não me diz quando parte,
mesmo assim,
assim assim,
ainda existem os girassóis a me sorrir,
os palhaços a divertir,
e as amigas que sempre chegam...
para abraçar o coração...
e os meninos que sempre cuidam...
dos cacos caídos no chão...
então eu continuo...
a acreditar...
la vie,
la vie en rose, encore et toujours!

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

para nelson


amor eterno.

daqueles que quando se encontra
se sabe,

e não sabe o nada saber,

amor que aprende,
amor que ensina,
amor que ama e ama e ama,
amor que entende,
amor que liberta,
amor que deixa,

caminhada,
mesmo distante,
sempre assistida...

amor que ultrapassa o corpo,
amor que eleva a alma,

meu aprendizado errante,
meu querido tão querido,
meu menino,
meu homem,
meu amigo,

a você saúdo nelson antonio menino pintor
muitas muitas luzinhas brilhantes,
com som de risadas de pequenos anjos,
com mãos delicadas de pequenas fadas,
e eterno abraço de mãe...
um colo divino para repousares...
e todo o amor...

te amo,
te amarei,
e dedico,
este meu dia a você!

quero ver-te sempre sorrir
quero ver-te aprender
que o amor é pouco a pouco
e é eterno quando é de fato
amor!

meu artista preferido,
meu professor,
meu avesso escondido!

muitas primaveras ao senhor!
muitas flores!
muitas cores!
muitos sonhos!

que os anos te presenteem sempre
com a mais calma e feroz sabedoria!

te beijo!

meu menino,