domingo, 31 de agosto de 2008

a pergunta do amanhã

hoje eu não tenho nada
hoje eu sou só pergunta
pra resposta do amanhã
hoje pra mim não há resposta
Ela se esconde em alguma parte
que eu não sei
Então eu me levanto
com a angústia da manhã
que me saúda mais uma jornada,
mais duas pernas,
e somente duas,
não mais,
para continuar o meu caminho,
a perguntar-me perguntas
sem respostas
ainda hoje,
mas amanhã elas virão
e a única sorte que resta hoje
é que já amanhã
hoje será ontem
e isso me dirá
que o tempo é implacável
e ele passará a despeito
de qualquer que seja
a pergunta que me mata
na espera eterna
do amanhã,
que iluminará!

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

tempo de espera

é preciso aprender a paciência...
a lentidão da permanência
impermanente dos acontecimentos...
o largo movimento das coisas grandes,

é preciso aprender o silêncio,
olhar a confiança com olhos de coragem,

é preciso calar pra dentro de si
as maiores vontades,
se alimentando assim de uma força inegualável...

a espera...
paciência...
compreensão...

a vida acontece nos entre atos,
a história se faz em silêncio,
os passos seguem em espaços...


ao fim...
enfim, em breve...
teu gosto denovo,
que gosto o gozo,

mas agora
aprendo na sabedoria
das caminhadas inéditas,
essa tal lentidão

abrindo espaços...
acreditando,

coração dilatado.

encontro parisino recontado

e então,
já na despedida,
da noite que amanheceu dia seguinte,
entre bagunça e respiros...
entre flores e calcinhas...
já na rua,
longe do leito aconchego...
ele partia...
ela ficava...
assim...
por que assim estava escrito
na página seguinte,
talvez ele quisesse um outro dia...
tentou esboçar em seu idioma a certeza de
um próximo encontro...
ela perdeu o chão...
e sorriu pequeno...
e disse em seu silêncio sorriso:
sim!
sim eu me caso com você!
sim eu tenho filhos com você!
sim eu me dou a você...
partiram...
ele não disse mais nada...
talvez não tenha escutado do seu silêncio
a sua verdadeira vontade...

sábado, 23 de agosto de 2008

saudade francesa


e devo então assim
dizer-te...
saudade.

que saudade
é coisa brasileira
de se sentir.

sabemos assim então
o afeto.

quando a saudade
se deita
na cama da tua ausência.

alors,
je dois ainsi
te dire à toi...
saudade.

saudade,
une sensation bresilienne
que l'on ressent.

nous savons de cette façon,
l'amour.

quand la saudade
se couche
dans le lit de t'absence.

e então chegou-me!


então chegou-se
com gosto de ainda não sei
este tal aniversário
que desaniversariá toda esta
falta de razão quando se fala o coração
então chegou-se
já deste lado cá...
esta tal maturidade
com gosto de sorvete
de fraises
se te fala assim o prazer
monsieur...
je suis la mademoiselle...
então chegou-se
mesmo sem saber por que...
chegares
e já vais partir?
creio que não...
creio que tu voltas,
tu regressas,
pois devo ainda
antes de tudo
cortar-lhe a cabeça...
sem pressa...
por que agora
aprendo o tempo...
apreendo...
o tal do tempo
tento lento
tendo assim
talento...
tenta(r)lento...
e então chegou-se assim
com gosto de liberdade
de novos amigos
novos queridos
chegou então...
a vida para brindar-me
e eu...
me dou
me deito
me esparramo
mee faço tua
me dou ao mundo
e sigo o sábio caminho
das pedras amarelas...
e por vezes
continuo caindo...
bem fundo...
meu bem,
por que o buraco
é sempre um pouco
mais além...
e chegou-me assim
sem me dizer que vinha
e partiu também...
mas...
voltarás...
vem pegar o que é seu...
e chegou a mim...
esse novo dia
desse novo ano
desse novo mundo
desse novo caminho
tão real...
e viva viva
que la vie
la vie est belle mes amies
et on doit profite la vie!!!
alesi!!!
merci!

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

para quando se tem uma amiga...


posso dizer que sinto imensa saudade
de um tempo que fora nosso,
tão compartilhado e sonhado...
agora...
te vejo de longe...
vraiment loin...
e de tão perto,
quero-te pra sempre o bem...
por que inscreves-te em mim
páginas sólidas de uma verdadeira relação...
não é fácil amar assim...
mas quem é que gosta de facilidades?
eu amo os seres de luta,
de contradições...
questionamentos..
profundezas...
eu amo as meninas que somos
e seremos
e fomos...
eu amo seu largo sorriso...
e a sua crença no bem...
eu amo quando éramos três
e quando fugiámos para sermos duas...
eu amo você...
por vezes doloroso aprendizado...
ruptura, perdão, amor...
compreensão...
aceito... me aceito, te aceito...
a vida!
o retorno que nos chegou ainda cedo...
e que grande volta, (ufa) grande...
estamos dando...
para depois chegarmos denovo tão perto...
uma da outra...
e amarmos mais e mais...
na crença dos laços...
que quando cativados na alma...
não se perdem jamais!

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

inferno astral

até as bancas de jornal sont fermee...
a paris...
nesse verão sem sol...
sans soleil... quell'été?
nesses dias de solidão...
jours avec la solitude...
j'espere milagres...
miracles...
qui vont arriver!
on vera!
passa logo esse inferno astral...
traz-me denovo as flores... les fleurs
o sol... le soleil
a carne... le chaud
o som...
a música... la musique,
e os jornais,
avec les bonnes nouvelles!

28

ah seu eu pudesse escrever nas linhas toda essa minha agonia desse eterno não saber que sabe tanto e nada sei. ah seu eu pudesse saber um pouco mais para então nada saber para poder entregar-me de braços e peito aberto. ah se eu soubesse todas as dores desse caminhar errante. se eu soubesse segredos. se soubesse carinhos. se tivesse assim pra mim também a boca. a cama. a velha cama da melancolia. se eu fosse então bailarina. se acertasse os passos dessa dança nua. se escondesse segredos. se guardasse um beijo.
se fosse meu esse palco. se soubesses olhares. olhares de fome e desejo. mãos de afago pra sempre. mãos de fada ás vezes. sonhos de bruxa. caminhos de flores. os anos que passam e essa tal melancolia. chega mais perto. coração de flor. asas de borboleta. há ainda um girassol velando o sono teu calado de triste tristeza. guardando mil sorrisos de alegria. para um novo encontro que virá. em breve. nos ventos do novo ano novo. que anuncia o retorno. feliz. feliz. dos viajantes errantes. que buscam caminhos. que entortam as vias. todas essas vias vilas. deste coração que para nunca e derrama sangue vermelho de amor. ah se eu soubesse o sonho. me manteria acordada. dormindo sonhando sabendo. sendo assim vermelha bailarina de asas borboleta.

je rentre!

chegar em casa...
voltar...
em mim...
de novo paris...
minha casa agora é aqui...
e tem cheiro novo
de coisa nova
velha nova
nova história
de uma menina
mesmo triste
feliz
melancolia
e agitação
são amigas aqui
e tudo se move
e os dias escorrem
e nada é concreto
e tudo é fato
que se esvai
nas horas...
de um novo
velho
sempre
o mesmo
uma nova
outra era...

"um sonho não é uma coisa em que se pode viver...
ele se esvai...
some...
como um..."

terça-feira, 12 de agosto de 2008

meninos...




que me leve!

E enfim
Cheguei
Denovo Paris
Cada vez mais
Uma nova Paris
Uma Paris de agora
Uma Paris com olhos
Que me olha
Que me pergunta
Que demanda a mim
um novo Devir
De vir a ser
Aquilo que serei
E já tanto sou
Sem saber e querendo
tanto...
Paris...
Que me deita em sua cama
Em sua literatura
De língua nova
Novo mundo
Pra mim...

paris

Paris...
De cores azuis
De sorrisos largos
e pic nics no parque
mon rêve jolie
Paris...
De Marlyns no espaço
E trens a ir e vir
Toujours c'est Paris...

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

em francês

"Maintenant je suis léger,
maintenant je vole,
maintenat je me vois au dessou de moi,
maintenant un Dieu danse en moi."
F. Nietzsche

Sorte!

Há de tudo no caminho do senhor!

Mas há que ter sorte!

Vermelho!

Para aqueles de um outro tempo,
que me conhecem,
e agora desconhecem,
aviso:
estou usando batom vermelho!
E lhes digo:
Me cai muito bem!

Guarda Chuva

Não se esqueca de levar o guarda chuva!
Pois a chuva quando chove,
Molha!

domingo, 3 de agosto de 2008

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Traces du Sacre

Será o homem
filho do pai?
Oh meu Deus Pai,
quanta angustia o não saber,
quanto vazio,
sentir-se tua
Se Tu nada és,
Se tu me escapas
a cada busca
Se vou a ti incessante
com toda a minha ânsia de saber-me mais que...
só...
Serei eu sua filha?
Serei eu como todos os homens?
Quando passará essa angústia?
Esse tamanho de coisa sem tamanho
tão grande que é
vosso saber sobre nós
teus filhos.
Sagrado que seja,
Profano que nos une,
na sede da carne,
no sexo transgressor,
Querer ser sua
somente sua
e deitar-me nua
na cama do meu senhor absoluto
e ascender aos céus
como mariposa errante
e poder morrer inúmeras vezes
para poder encontrar-me enfim,
com a sua aterrorizante face
de homem
Senhor absoluto
De luzes e trevas
Sou sua
Em mim escorre seu sangue
Em meus olhos não cessa nunca
incansavél procura
de conhecer-te em vida,

o pôr do sol

Pôr do sol,
põe se a cama,
Deita-te o sol,
a caminho do trem,
que me leva além,
que me dá novas
e muitas
e outras
pernas,
e novos olhos
para olhar
o que lá vem...
Deita-se o dia,
Vem noite que é minha,
Um outro alguém,
para amanhecer
talvez
um outro trem
para andar
sempre além.