terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Tudo aquilo que dói em mim!

Vamos: voemos alto agora... alto!
que deus abençoe a nossa caminhada...
Amém!


O que aconteceu com os nossos corações?

na plaza...

leiloados... por migalhas...
por olhares turvos... por aplausos surdos...
por escolhas fracassadas... por tanta dor causada...
vivemos tanto... dias tão intensos... tão duros...

e cada grito, cada pedido de ajuda,
cada lágrima rolada em nossas faces,
era o puro desespero, de uma vida outra...

uma vida carregada de simbologia, de dor, de cores, de gritos.

e ficam pedaços nossos na plaza...
gotas de sangue...
fatos e memórias...

não, não era uma noite comum,
no fundo todos nós sabiámos, mas ninguém quis fazer alarde...
passou... cessou... fechou... abriu...

ainda me vejo de joelhos na plaza, sozinha... louca.
ás vezes acho que vou enloquecer...
ainda e sempre catarei os cacos desse vaso quebrado...

estou vazia.
já nem sei o quanto doeu...

só sei que a vida passa... e uma hora tudo passa, mas fica pra sempre...
a vida... doce e cruel, une e separa...
sonho sonhado junto, que bom que foi!
quanta esperaça quanta vontade...
o camino atravessou!
cortou, rompeu...

ainda revivo em silêncio e escondida toda a loucura vivida... ainda estou em carne viva... ainda choro muito na despedida... ainda rezo pelas almas esquecidas...

não existem culpados... nem raiva,
só existe dor, uma dor enorme, gigante e anterior...
que grita pelos meus ouvidos!
o camino real é tudo aquilo que dói em mim!!!

eu não quero ser solitária sozinha!!!
eu quero acreditar que alguém acredita!

o camino real é um mundo, é como o mundo, uma vida, um sonho...
uma dor...
que fica...
e espreme devagar...
gota a gota...
o nosso sangue impregnado...

sou nada.

podia existir só ali, na minha oração... só.
depois morro, não há mais o que fazer... eu passei por tudo...
me sobrou nada...

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

+ eclipsada

eclipse oculto... ontem no céu de sp teve eclipse da lua! eclipsou, eclipsada o coração da moça de saias... estrelas deram cambalhotas no céu e nada mais era como era e tudo era um novo estado latente de ser e não ser aquilo que se é e não somos tantos muitos nada!
no céu não há limites, vou comprar asas no mercado da esquina e vou aprender a voar! acho que é mais útil voar do que dançar... além disso paris está tão longe... tão perto... se eu pudesse voar!

eclipsada

o eclipse eclipsou eclipsada
a lua cheia que mora no céu
a moça morena de saias que mora na terra

o eclipse embaralhou a vida já tão embaralhada
mostrou e escondeu seu destino
gritou e se calou
uma nova aurora talvez um novo nome

aurora ou anoitecer
o vazio só ampliava
agora tudo pode ser
e nada também será tudo

será que ele se esqueceu do seu nome?

o eclipse eclipsou eclipsada
desmanchou-se
sombra e luz...

a moça vive na terra!

e vive?

ou morre devagarinho calada?

domingo, 17 de fevereiro de 2008

sobra


de tudo,
só sobram pedaços,
e uma dor no peito,
que hoje parece pra sempre,
sempre e sempre será.
e vou amar pra sempre,
você, só você, ninguém mais.

de tudo,
me sobra muito pouco,
um vazio imenso ocupa o meu esqueleto.

como, bebo, respiro, ando, sorrio, corro, choro...
nada acontece.
vazio.

de mahã quando acordo, um medo:
a onde você está?

de tudo, só sobra a sobra.
o que sobrou?
tão forte que fica pra sempre.
e eu não paro de amar, mais e mais e mais, te.

o café da manhã



O nosso último café da manhã,
teve gosto de sangue.

Não havia mais palavras para serem ditas,
não haviam mais desculpas para serem desculpadas.

O nosso último café da manhã foi assim,
mesa repleta de fatos doloridos coloridos
com as marcas de um novo dia que virá.
Ele escondido no quarto querendo que logo tudo acabasse
e ela na mesa a esperar,
como se pudessemos resgatar a vida
que morria a cada dia entre nós.

E eu não vou me prolongar muito mais.

O gosto de sangue ainda amarga a boca minha,
e será preciso me acostumar com ele.


"Por que o amor é a coisa mais triste quando se desfaz."

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Camino Real - Mostra do Folias

EM CARTAZ SÓ ESTE FDS (15, 16 E 17 DE FEVEREIRO) NA MOSTRA DO FOLIAS!
CAMINO REAL - Tennessee Williams
Produção e Realização Antikatartika Teatral
Galpão do Folias - Rua Ana Cintra, 213 - Sta Cecila
Metrô Sta Cecilia - Estacionamento ao lado do teatro
Sexta e sábado (15 e 16.02) - às 21 horas
Domingo (17.02) - às 20 hrs
tel Folias: 3361-2223





quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

A volta é circulo que circula e torna e retorna, sempre!


De volta... volta... retorna...
se volta...circula...ondula...
por que não há volta...
é sempre um novo mesmo lugar!

De volta... retoma!
A plaza está cheia denovo!
E somos todos irmãos!
Vê-se nos olhos dessa gente
genteira a vontade de se estar onde se está...
Embora não haja mais espaço...
Tudo implodiu em atos!

1°Ato:

Ela.
enigma da alma alheia,
escancara a própria dor,
Dissimula o afeto,
Vende o amor!

Ela.
Dança. E não sabe se dança,
a dança que dança...
o corpo que quer e não quer,
que é e não é,
que está e vai e fica e vem!

Ela.
Que perdeu os sentidos.
Que vestiu fantasia.
Desafiou as leis.
E foi morta, assassinada,
Por aqueles que sabem!

2°Ato:

Eles.
Que fingem estar concordando com tudo.
E não concordam com nada.
Que colorem novas páginas no silêncio.
Que observam e não dançam.
Que apontam suas armas.
Que fazem a chuva chover nos dias de sol.

3°Ato:

A Partida.
Retomada. Perecepção.
Da beleza feia e cinzenta da mais nova paisagem.
Desejo infindo de voar, mais e mais e mais.
Desejo de ficar, deitar, calar, aquietar.
A ida. A volta. Partida. Partilha.
Partilhar-se em muitas.
Retornar-se, inventar-se.
Ser e não ser, ou não ser e ser?

E tudo foi implodido em atos!
A plaza está cheia, está cheia de fatos.
E os fatos são sonoros, mas entre os fatos existe um suspiro,
É sobre o suspiro que eu estou tentando falar.