sexta-feira, 4 de abril de 2008

circunferência da dor

desespero desesperada e dou voltas e mais voltas na minha longa cabeleira que contorna meu corpo atordoado. adoeço. porque há de haver conjunção entre corpo e mente. tudo dói. nada sai do lugar. até quando? até quando então. te espero. te encontro. reencontro. espero e caio. não tente me desvendar. verás que nada há. sou terra. funda e escura. profunda. sem saberes. sentires somente. sou fada. e espero a chuva cair do céu. para que me renove. me cure. me amanheça. um novo. um outro. outra. que já não sou mais eu. que já não sou aquela. espaços. e dores. quando não se é, nada se tem. a mim muito me falta, pois nada tenho e o sou não é. adoeço para sentir na carne a dor que não tem cara. não tem pudor. tento tirar tudo do armário e quando consigo me afogo sem cessar em minhas múltiplas palavras. muitas. sem sentido. então alguém me chama. me interrompe. uma voz. denovo ele. e eu não consegui dizer aquilo que vim a dizer. só me enrolei mais, nesse caminho. sem cessar. sem respirar. onde vou parar?

Nenhum comentário: