quarta-feira, 5 de março de 2008

uma outra imagem



de repente
uma imagem
a minha
refletida em um espelho
apagado
um espelho sem reflexo
e a imagem que era
minha
é agora
invisível
a imagem
refletida
no espelho
sem reflexo
daquilo que
era eu
antes
de nada ser
como nada sou
agora
que sou tantas
sem imagem
pluralidades
de muitas faces
que habitam
um espelho
invisível
onde posso
recriar
uma outra
que ainda é nada
que morre a morte
que passou
e apagou
o espelho
espelhado
de uma vida
outra
que corre
e apaga
e colore
novas praças
novos odores
de repente
uma imagem
velha e conhecida
de alguém novo
que nasce
em mim
na minha invisibilidade
no meu desaparecer
e aparecer
constante
da minha
multiplicidade
dos meus arroubos
furores
e dores
de repente
somos muitas
somos nada
que refletem
a alma
que é branca
e não se vê com
os olhos dos olhos
que se vê.

Nenhum comentário: