sexta-feira, 7 de março de 2008

o ainda não ser que será talvez ser


ela era triste,
por que não haviam lhe ensinado a sorrir,
aprendera somente a chorar,
tão profundamente,
as dores da alma,
que havia se tornado um ser assim,
triste e só...

vocês sabem, vocês conhecem,
há pessoas que nasceram para não ganhar.

ela era assim, quase que invisível...

mas persistia e assim aparecia

ás vezes na força de um tufão,

e parecia que seria capaz,
mas não era...
precisava aprender a sorrir...

com seu corpo esguio,
a cintura desenhada,
e seu pescoço mondigliani que lhe conferia uma
elegância triste e de mode,
que ela sustenva,
na crença de ser notada.

ela não pertencia,
a nada,
a este tempo.

era figura inacabada,
facilmente esquecida...
facilmente deixada...

pobre moça do pescoço longo,
dos dedos vermelhos e longos
com mãos enormes
que marcavam
a presença do seu olhar vago

seria realmente facilmente esquecida?

seria força,
a fraqueza?

seria capaz?
de fato,
era...

ou estaria para ser...

vir a ser
aquilo que latejava...

deixar a lágrima
salgada
virar sorriso velado!

vir a ser,

ah, sim!

ela seria...

e a tristeza era percurso
do ainda não ser
aquilo que será
quando alguém
tem tudo pra ser,

Nenhum comentário: