terça-feira, 17 de março de 2009

era branca a manhã que amanhecia

Uma nova manhã acordou em mim. E era branca e calma a nova imagem que existia. Espreguiçava seus pedaços e ia aos poucos se colando em minhas formas femeninas. Falava nova língua. Gostava de outros sabores. Mais silenciosa do que a outra que antes me habitava., era a mesma, não fosse o tempo que passava. O tempo que trazia novos horizontes, um pouco mais acima que o habitual. Ao norte, ao centro. De repente chegou em mim esse novo continente. Novos gestos e uma tal liberdade de sorriso largo e outras possibilidades. Me deitei enfim nesta cama branca e calma. E descobri que por vezes é mais fácil e prazeroso dizer sim do que resistir. O tempo leva com ele todo instante do eterno presente. Senhor que nos guia. A verdade que não podemos evitar. O tempo que passa, existe e retorna criando novos mesmos sempre outros. Dádiva. Presente. Era branca a neve que me cobria. Era ainda inverno. Era eu sempre aquela. Um novo eu a cada aurora. Me deitando em camas brancas de novas línguas. Me fazendo pouco a pouco outra. Bailarina. Essa branca paisagem que abraça todo meu corpo, e me diz em silêncio palavras de amanhã que ainda não posso compreender, mas que já as sinto pois pressinto sem mais temer este novo vir a ser. O céu sorriu azul e os meninos continuam a fazer cócegas no meu coração. Os meus sonhos continuam coloridos e os encontros me fazem ainda voar. Que caia a neve toda em serpentinas de um gelado carnaval afrancesado. Vou aprender em silêncio os passos deste samba desajeitado.

Um comentário:

Anônimo disse...

Lindos seus textos.
Parabens,
abraço
Léah
http://panelaodabruxa.blogspot.com