terça-feira, 17 de março de 2009

a caminho de geneve

Tudo nasce de um único espaço. Um espaço que ainda não existe. Um momento de silêncio, que antecede a primeira palavra, que te diz bom dia e te convida a uma nova caminhada. Antes de virar aquela esquina, a estrada parecia infinita e empoierada . Antes de te ouvir dizer bom dia, as palavars pareciam acabadas. Porque o fim chega sempre e fica ali te olhando com cara de fim. Inexistia. Quando você me disse adeus no último outono todas as minhas folhas caíram. Parei de existir. Cada dia, uma vida a menos nascia em mim. Antes de ouvir o silêncio. Antes de escutar um novo bom dia, antes mesmo de cruzar a nova esquina. Entre novos sorrisos. Travessão. Diálogos. Bom dia ! Eu achei que o não era não. E que o sorriso só existia na lembrança do seu beijo. O eterno é um imenso segundo de prazer ou desespero. O eterno é o novo bom dia que me sorriu em uma nova outra boca minha. E eu disse sim. E acreditei que o sim era pra sempre sim. Se fosse assim. Na última noite em que fui feliz, a lua estava cheia no céu de Paris. As mãos do vento me sopravam doces segredos. E as novas esquinas existiam em todos os quarteirões. Gosto quando posso acordar depois do meio dia. Gosto das novas possibilidades de bons dias ! Mas sei chorar as lágrimas da estrada vazia. E espremo ainda sua ausente presença. Adeus sem dizer bom dia. Existiremos ainda em alguma esquina ? Se tudo ainda fizer sentido. Se antes da primavera existir sempre a mesma dor. Se o inverno for eterno branco silêncio depois do último não. Talvez ainda te encontre no próximo quarteirão. Pra te dizer quem sabe bom dia, boa vida, novos camihos. E vai ver então que tudo mudou. Se vivi tanto a tua espera infinita, aprendi a ver entre o invisivel as formas de um novo dia. Eu que não conhecia a neve e os caminhos de bicicleta, me permiti dançar nesse novo palco a velha canção das tristes partidas daqueles que vão. Eu que tinha tantos sonhos, vim buscar nessas novas esquinas coloridas de gainsbourg todas as paixões ainda possiveis. Olhar em silêncio os olhos, na timidez melancólica do meu sorriso escondido.

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