quarta-feira, 25 de junho de 2008

o céu

Acho que quando eu morrer,
Se existir mesmo um céu,
E eu lá conseguir chegar,
Penso que os anjos vão estar
Cantando algo assim…
Como o que eu escuto agora,
Nos Jardins de Luxemburgo,
Em plena Paris !
Um coral,
Cantando a minha chegada !
E tudo será branco,
E a luz será imensa,
E os jardins serão eternos,
E o amor será verdade !
E eu não serei mais uma,
Serei tudo e todos,
E então poderei enfim descansar
Na eterna brisa,
Da primavera que virá !

E não seria eu ainda,
Aquela pequena menina,
Com seu vestido de céu azul
E pequenas estrelinhas coloridas,
E seu chapéu cor de rosa,
De olhar profundo,
Que procura pelo colo de seu pai,
Como queria eu agora poder deitar-me
No colo do meu pai…
Como queria eu agora poder morrer,
Para me encontrar com os anjos
Que cantam nos portões do céu azul…
Como queria eu agora poder não ser,
Para poder voar e esquecer-me de mim…

E quando ela, menina, me olha,
Com seu olhar pra dentro,
Me encontro nela,
Como um espelho envelhecido
de mim mesma,
A menina, pequena mulher,
Sente calada a dor de existir só.

E me vejo,
Assim,
Ainda menina,
Ainda mulher,
A procura de um colo,
De um olhar que olha além,
E percebe os anjos…
E pode então encontrar os caminhos
Que leva mao céu…
E pode então entender a luz
E confiar na vida !

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