quinta-feira, 1 de novembro de 2007
o amanhã.
texto: Flávia Lorenzi
imagem: Nelson Baskerville
há o amanhã, e o depois do amanhã, e o depois do depois do depois.
há ainda muito...
e a verdade de hoje é a mentira do amanhã.
e tudo se esvai. e cai.
e retorna nos próximos amanhãs que virão.
eu que tanto sabia, que tanto queria, que tanto sofri,
hoje sou a própria mentira!
para vislumbrar uma outra terra no amanhã.
para reinventar um novo corpo para habitar o que está por vir!
tudo caiu!
a queda é ininterrupta!
a queda clama pela queda!
abro os abraços e vou!
tento contemplar o encontro com a morte.
sorrir para mais uma morte que hoje se vai.
tento encontrar uma saída e percebo que não há saída.
não há saída por que não há prisão.
somos livres! no amanhã.
passaros perdidos para o encontro próximo que espreita os nossos dias.
hoje acaba. se foi.
a efemeridade o leva. arrasta.
e lhe presenteia com mais um dia.
o que está por vir.
o que será.
que será?
do amanhã!
vou continuar caindo!
sempre, sempre, além.
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